Vírus e a providência de Deus revisitados


Vírus atacando outros vírus (imagem de Salvador Daqui em NighCafé Studio - https://creator.nightcafe.studio)
Vírus atacando outros vírus (imagem de Salvador Daqui em NighCafé Studio)


por Fazale Rana
26 de novembro de 2009

Nova Pesquisa Sugere Mais Razões Pelas Quais Deus Criou os Vírus

O Dia de Ação de Graças é a época do ano em que a maioria das pessoas faz uma pausa para celebrar suas bênçãos. Os cristãos entendem que muitas das coisas boas que eles desfrutam vêm da providência de Deus.

Na teologia cristã, providência se refere ao papel contínuo de Deus em: (1) preservar Sua criação; (2) garantir que tudo aconteça; e (3) guiar o universo. O conceito de providência divina também postula que quando Deus criou o mundo, Ele construiu na natureza tudo o que os humanos (e outros organismos vivos) precisariam. Consequentemente, cada coisa boa que as pessoas possuem foi fornecida e preservada por Deus, direta ou indiretamente. (O suporte bíblico para este último ponto pode ser encontrado em passagens como o Salmo 104.)

Às vezes, Deus trabalha de maneiras misteriosas, e, às vezes, Sua providência pode ser encontrada em lugares incomuns. Um estudo recente sugere que talvez até mesmo os vírus sejam parte da provisão de Deus para a humanidade. Essa noção pode parecer contraintuitiva, porque esses "bichos" desagradáveis são responsáveis por muitas doenças e enfermidades. Muitas pessoas veem os vírus como um componente "maligno" da natureza. Mas os vírus estão se mostrando bastante práticos para aplicações biomédicas. Alguns meses atrás, escrevi sobre experimentos de prova de princípio realizados por cientistas da Universidade de Harvard e do Howard Hughes Medical Center que descrevem o uso de vírus para combater cepas de bactérias resistentes a antibióticos.

Um novo trabalho de uma equipe de cientistas biomédicos da França acrescenta mais suporte a essa ideia. Esses pesquisadores usaram o vírus HIV-1 para tratar com sucesso dois meninos com um distúrbio cerebral raro chamado adrenoleucodistrofia (ALD).

ALD é uma doença genética ligada ao cromossomo X que aparece, pela primeira vez, em meninos afetados por volta dos seis a oito anos de idade. Essa doença de rápida progressão quase sempre leva à morte na adolescência. ALD resulta de um defeito no gene ABCD1. Essa região do DNA codifica uma proteína que transporta ácidos graxos de cadeia muito longa (...)*.

É provocativo pensar que pesquisadores poderiam usar algo tão insidioso quanto o vírus HIV-1 para tratar uma doença horrível como a ALD. Ironicamente, as mesmas características que tornam esse vírus prejudicial à vida também se mostram as propriedades ideais para a terapia genética. Dessa forma, os vírus poderiam ser pensados como parte da providência de Deus.

Isso significa que Deus criou vírus patogênicos? Eu sugiro que a resposta é sim. Os patógenos controlam as populações de plantas e animais e, consequentemente, desempenham um papel ecológico importante. E quanto aos patógenos virais que infectam humanos? Neste caso, eu argumento que não. Em vez disso, proponho que os vírus humanos evoluíram de vírus animais, saltando hospedeiros.

Este trabalho de vanguarda demonstra que se alguém vê ou não uma característica da natureza como “má” ou “boa”, muitas vezes, depende de quão abrangentemente ele ou ela vê esse aspecto particular da criação. Deus realmente trabalha de maneiras misteriosas. À medida que os pesquisadores continuam a desenvolver novas maneiras de usar vírus, prevejo um dia em que os veremos como uma parte indispensável de nossa existência, parte da provisão de Deus, algo pelo qual agradecemos a Ele.


________________________


* No texto original, este parágrafo está incompleto.



Etiquetas:
Para que Deus fez os vírus? - Para que servem os vírus? - dúvida cristã


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A evolução aleatória não produz funções algorítmicas em animais

Convergência: Evidências de um único Criador

Estrutura do flagelo bacteriano reforça o caso do design

Information Enigma - documentário

Uma cornucópia de evidências para o design: embalagem de DNA do vírus T4