Simbiose planta-predador: evidências onipresentes para a criação


Gafanhoto alimentando-se de folhas verdes no Nepal (foto de Shree Krishna Dhital via Wikimedia Commons)
Gafanhoto alimentando-se de folhas verdes no Nepal
Foto de Shree Krishna Dhital, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons


por Hugh Ross
5 de outubro de 2020

Uma olhada casual no mundo das plantas e insetos pode sugerir que nada demais está acontecendo, mas a luta constante é tudo, menos silenciosa. Nesse mundo de “comer, lutar ou ser comido”, os cientistas continuam a aprender como os vários mecanismos de defesa das espécies, diretos e indiretos, surgiram simultaneamente na história da vida para produzir ecossistemas equilibrados e saudáveis. Essas relações simbióticas – às vezes, envolvendo várias espécies – fornecem evidências da agência inteligente de um Criador.

A simbiose refere-se a uma associação próxima de duas ou mais espécies distintas de vida que se beneficiam mutuamente a um custo para cada uma delas menor que os benefícios. Todos nós já vimos o exemplo comum das abelhas e das árvores frutíferas. As abelhas cultivam muitos pelos longos dos quais não precisam diretamente. Esses pelos são projetados para que o pólen das flores das árvores frutíferas grude neles e se solte quando as abelhas encontram os tecidos dos pistilos das flores. As flores das árvores frutíferas são projetadas com pistilos que fornecem uma recompensa de néctar às abelhas visitantes e um aroma que as atrai. As abelhas se beneficiam dessas recompensas de néctar e as árvores frutíferas se beneficiam das abelhas polinizando suas flores. Cada espécie paga um preço por sua relação mutualística, mas recebe muito mais do que paga. No caso das abelhas e árvores frutíferas a simbiose é obrigatória: nenhuma das espécies sobreviveria sem a outra. Ambos devem ser criados ao mesmo tempo e lugar.

Estudos de simbiose revelam otimização

Em uma edição recente da Ecology Letters, uma equipe de dez ecologistas revisou anos de literatura científica sobre simbiose planta-predador. [1] Eles apontaram que a natureza complexa e indireta da simbiose planta-predador levou seus pares a concluir que ela deve ser raramente manifestada. No entanto, sua pesquisa da literatura científica os levou a concluir que essa simbiose indireta não era rara, mas, de fato, parece ser onipresente ou quase onipresente.

Espécies de plantas estão constantemente em risco de serem exterminadas por herbívoros. Este risco não é apenas um problema para as plantas, mas também para os herbívoros. Se os herbívoros acabarem com as espécies de plantas pelo consumo excessivo, eles perderão suas fontes de alimento e se juntarão às espécies de plantas em extinção.

Os cientistas aprenderam que a otimização ecológica permeia a história da vida. As relações entre micróbios, vegetação, herbívoros, carnívoros, parasitas e detritívoros (animais que se alimentam de plantas em decomposição e tecidos animais) parecem ser consistentemente otimizadas para o benefício de toda a vida. É preciso uma Mente para saber quais projetos específicos em uma espécie beneficiariam essa espécie e simultaneamente beneficiariam, ao máximo, todas as outras espécies nas diversas categorias da vida na Terra.

Defesas contra ser comido

Os ecologistas observaram como as espécies de plantas ao redor do mundo possuem defesas diretas contra herbívoros. Essas defesas são projetadas de forma ideal para que as plantas possam sobreviver à herbivoria, evitando que os herbívoros sobrepastoreiem e sofram colapsos populacionais. Exemplos incluem os espinhos e espigões dos cactos, pêlos dos cardos, produtos químicos de sabor ruim em agulhas de coníferas, revestimentos cerosos nas folhas das plantas de gelo e toxinas no tabaco e nas folhas de chá. Espécies de plantas com crescimento mais lento e mais expostas a estresses ambientais e, portanto, menos tolerantes à herbivoria agressiva, possuem essas defesas diretas em maior grau.

Em algumas espécies de plantas, os ecologistas observam defesas indiretas muito mais complexas. Aqui, uma certa espécie de planta recompensará predadores específicos que se alimentam dos herbívoros que se alimentam das plantas. Esses recursos de recompensa são projetados para garantir que predadores suficientes permaneçam nas proximidades das plantas para evitar que os herbívoros comam demais.

Um exemplo bem conhecido de uma sofisticada defesa indireta da planta pode ser visto em plantas com flores que desenvolvem nectários extraflorais – glândulas produtoras de açúcar fora das flores. Esses nectários extraflorais não servem para a reprodução da planta. Em vez disso, eles são projetados para atrair e alimentar certas espécies de insetos. Esses insetos nas plantas agem como guarda-costas, impedindo que outros herbívoros se alimentem de outras partes das plantas que ameaçariam a sobrevivência delas. [2]

Outro exemplo bem conhecido envolve espécies de plantas que fornecem casas para aranhas que, por sua vez, se alimentam de insetos que ameaçam sobrepastorear as plantas. Em uma revisão escrita há vinte e dois anos, uma equipe de quatro ecologistas escreveu que essas defesas indiretas das plantas, em vez de serem uma linha secundária de defesa contra herbívoros, classificam-se como a linha de defesa mais potente. [3]

A equipe de dez ecologistas descobriu que exemplos de defesas indiretas de plantas são muito mais variados e complexos do que se pensava anteriormente. Em sua revisão da literatura científica, eles encontraram diversas espécies de plantas que emitem aromas para atrair espécies predadoras que atacam os herbívoros. Eles também encontraram espécies de plantas igualmente diversas as quais crescem tufos de cabelo que abrigam ácaros ou insetos predadores. Para algumas plantas, os pelos são pegajosos e prendem insetos, o que atrai predadores que também se alimentam de outros herbívoros que tentam pastar nas plantas. Eles também observaram que muitas espécies de árvores e arbustos são projetadas arquitetonicamente para facilitar o ataque de pássaros aos herbívoros que se alimentam delas.

Simbiose indireta complexa parece ter sido projetada

Como resultado de seu estudo, os dez ecologistas concluíram que os designs complexos eram muito mais numerosos do que se imaginava. Defesas vegetais indiretas complexas, em vez de serem raras e manifestarem apenas um ou dois projetos de defesa, provavelmente eram onipresentes e manifestavam vários projetos de defesa indiretos independentes. Eles observaram que a pesquisa sobre defesas indiretas de plantas não chegava nem perto de ser exaustiva. Assim, eles anteciparam que muitos outros projetos de defesa indireta de plantas ainda precisam ser descobertos e que, se os ecologistas forem diligentes, descobrirão que as defesas indiretas de plantas são de fato onipresentes.

Essa pesquisa contínua produzirá resultados práticos e alimento para reflexão. Uma maior compreensão e aplicação de defesas indiretas de plantas poderia fornecer aos agricultores os meios para proteger suas colheitas de pragas de herbívoros sem o uso de pesticidas. Essa nova compreensão da diversidade, complexidade e difusão das defesas indiretas das plantas fornece ainda mais evidências de que uma Mente está por trás da otimização ecológica observada ao longo da história da vida.


Nectários extraflorais em espécies de plantas em florestas na Finlândia (Holopainen et al., 2020 em Forests - www.mdpi.com/journal/forests)
Nectários extraflorais (setas) em espécies de plantas introduzidas em florestas boreais na Finlândia.
Em C, pode-se ver, de forma clara, uma formiga buscando néctar em um deles.
Foto de Holopainen et al. (2020) em Forests [Clique aqui para ampliar]


Notas de fim

  1. Ian S. Pearse et al., “Generalising Indirect Defence and Resistance of Plants”, Ecology Letters 23, n.º 7 (julho de 2020): 1137–52, doi:10.1111/ele.13512.
  2. Barbara L. Bentley, “Extrafloral Nectaries and Protection by Pugnacious Bodyguards”, Annual Review of Ecology and Systematics 8 (novembro de 1977): 407–27, doi:10.1146/annurev.es.08.110177.002203.
  3. Arne Janssen et al., “Review Behaviour and Indirect Interactions in Food Webs of Plant-Inhabiting Arthropods”, Experimental & Applied Acarology 22 (setembro de 1998): 497–521, doi:10.1023/A:1006089924336.

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criacionismo (progressivo) da Terra velha - criação divina / de Deus / em Gênesis - relações entre os seres vivos


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