A física do pecado


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por Hugh Ross
1º de janeiro de 2002

“Que diferença faz? Contanto que eu não esteja machucando mais ninguém, eu deveria conseguir viver com minha namorada.”

“Eu nunca amei minha esposa. Eu não mereço ser feliz?” “Eu precisava daquele dinheiro mais do que ele, então está tudo bem que eu o tenha pegado. Além disso, ele me deve pelo tempo em que (...)” A justificação para o pecado vem facilmente para a maioria das pessoas — incluindo os cristãos. No entanto, a consciência tem um aliado: a física. A observação e a experiência pessoal sugerem que as leis físicas trabalham do lado da obediência às leis de Deus.

Quando comecei a estudar física aos sete anos, um dilema particular atormentava minha mente. Eu queria saber por que as leis da física eram estabelecidas da maneira prescrita. Apesar de estudos sérios nos doze anos seguintes, nenhuma resposta satisfatória surgiu. Só quando me tornei cristão aos 19 anos (o ano em que também comecei a educação formal em mecânica clássica e estatística, termodinâmica e teoria do eletromagnetismo), reconheci que a física do cosmos revela não apenas a existência de Deus, mas também o deleite de Deus na elegância e na beleza. Por meio do design físico do cosmos, Deus ricamente dota um lar para a humanidade.

Esta resposta ajudou a resolver algumas das minhas perguntas sobre a estrutura da física, mas ainda me deixou com algumas grandes perplexidades sem resposta. Por que Deus não criou um tipo diferente de cosmos para a humanidade — um elegante e bonito em seu design, mas sem as escolhas difíceis, dor e sofrimento produzidos pelo mal? Deus, de fato, promete um lar radicalmente diferente e perfeitamente maravilhoso para a humanidade após Seu julgamento final contra o mal (referido em Apocalipse como O Julgamento do Grande Trono Branco). [1] Então por que Ele não fez o universo "perfeito" em primeiro lugar?

Essas perguntas me levaram a pesquisar na Bíblia os propósitos expressos de Deus na criação do cosmos. Encontrei estes três, entre outros:

  1. Deus escolheu expressar Sua glória criando o universo, criando a vida em geral e criando a humanidade em particular.
  2. Todo o universo e toda a vida na Terra foram criados para o benefício da humanidade.
  3. Deus escolheu iniciar um relacionamento de amor eterno com os humanos.

Como um corolário desses três propósitos, Deus dá aos humanos toda assistência e incentivo para se afastarem da tentação vazia do mal (autonomia) e se voltarem para o Seu amor. Esse corolário ajuda a explicar por que Gênesis 1–3 identifica este mundo e o Éden não como a criação “perfeita” de Deus, mas, em vez disso, como Sua criação “boa” ou “muito boa”.

Muitos cristãos (e outros) acreditam que o Jardim do Éden era perfeito e que Deus, um dia, restaurará permanentemente as pessoas a um paraíso semelhante ao Éden. [2] A incapacidade de imaginar algo melhor do que o que Adão e Eva desfrutaram no Jardim do Éden (antes de pecarem) torna esse ponto de vista compreensível. Contudo, a Bíblia revela um Criador transcendente que fez o universo de matéria, energia, espaço e tempo a partir de um lugar além do universo, sem estar confinado por este. Portanto, a crença em uma recompensa transcendente se torna uma consideração razoável.

Por causa da rebelião de Satanás, e porque o livre-arbítrio deve ser real para que o amor seja real, o potencial para o pecado necessariamente existia no Éden. Esse potencial sozinho tornou o Éden um ambiente inseguro e, portanto, imperfeito. Os “novos céus e nova terra” descritos em Apocalipse 21 e 22 permanecem perfeitamente seguros, porque nenhuma possibilidade de pecado existe ali. Essa recompensa transcendente aguarda os seguidores de Cristo (veja a seção Novas Leis para a Nova Criação).

Advento do Pecado e da Física

A ideia de que o pecado (rejeição da autoridade legítima de Deus) começou com a rebelião de Adão no Éden ignora o fato de que pelo menos em um contexto a queda no pecado antecede o Éden. Satanás claramente caiu em pecado antes de entrar no Éden para enganar Eva. Exatamente quanto tempo antes desse tempo a queda de satanás ocorreu não está claro. Jó 38:7 afirma que os anjos observaram enquanto Deus estabelecia os fundamentos da Terra. Portanto, satanás provavelmente existia na época em que a Terra foi formada, entre 4,6 e 3,9 bilhões de anos atrás. [3] Sua rebelião contra Deus pode ter ocorrido antes ou depois desse evento.

Advento das Leis Físicas

A queda de Adão e Eva no pecado, que trouxe afastamento de Deus, dos outros e de si mesmo, ocorreu algum tempo depois da rebelião de Satanás e impactou toda a raça humana e, portanto, o mundo. Gênesis 3 explica que o pecado leva a mais trabalho e mais dor, o que implica que Adão e Eva experimentaram tanto trabalho quanto dor antes de sua rebelião contra Deus. Gênesis 2 afirma explicitamente que Adão trabalhou e comeu no Éden antes de pecar. Tal trabalho — incluindo o processo de digestão — implica que as leis físicas da gravidade, eletromagnetismo, mecânica quântica e termodinâmica entraram em vigor antes da queda de Adão. Essas mesmas leis físicas permanecem em vigor hoje. [4]

O trabalho e a dor são inerentemente ruins? Acho que não. De acordo com o livro de Eclesiastes, Deus projetou o trabalho para ser produtivo e agradável. O pecado, entretanto, destrói tanto a produtividade quanto a alegria do trabalho. Essa destruição força os indivíduos a trabalhar muito mais do que seria necessário. A dor também tem valor. É uma parceira necessária para o prazer físico. A dor também alerta para o perigo iminente. A introdução do pecado, no entanto, faz com que cada pessoa experimente mais dor do que seria necessário. Mais trabalho e mais dor eram parte da maldição do pecado sobre a humanidade.

A existência de estrelas antes e depois do Éden me diz que a física não mudou como resultado do pecado de Adão. Essas leis já estavam em vigor, preparadas com antecedência para cumprir seu importante papel no grande plano de Deus. De acordo com Gênesis 1, as estrelas são anteriores à criação da humanidade. A queima estelar envolve virtualmente todas as leis da física e é extremamente sensível à operação constante e contínua dessas leis. [5] Mesmo pequenas mudanças ou interrupções nessas leis significam que estrelas de queima estável do tipo necessário para o suporte da vida física não podem existir, e reações metabólicas, síntese de proteínas e função de proteínas se tornam impossíveis. De acordo com Apocalipse 20–21, a substituição das leis da física (veja a seção Novas Leis para a Nova Criação) ocorre naquele momento em que o mal é finalmente e permanentemente eliminado (o Julgamento do Grande Trono Branco). Esse momento sugere que as leis físicas foram planejadas para fazer parte da estratégia de Deus para vencer o pecado.

Propósito Espiritual das Leis Físicas

O projeto de Deus da gravidade, eletromagnetismo, forças nucleares fortes e fracas e termodinâmica produz este resultado: quanto mais uma pessoa peca, mais trabalho ela deve realizar e mais dor ela deve experimentar. Todas essas leis contribuem para o colapso do corpo de uma pessoa e o colapso de tudo o que ela constrói (por exemplo, uma casa, um relacionamento ou uma carreira). A gravidade resulta em aumento da flacidez e do estresse ao longo do tempo. A radiação eletromagnética corrói as superfícies de todas as estruturas. As leis nucleares causam mudanças nos blocos de construção fundamentais.

Por causa de sua propensão a desafiar Deus, os indivíduos precisam de disciplina. O ato de Deus de expulsar Adão e Eva do Jardim do Éden para o mundo exterior, onde eles tiveram que plantar seus próprios jardins e lidar, por exemplo, com “espinhos e cardos”, ajudou a colocar em movimento a disciplina que eles precisavam para entender que os caminhos de Deus são os melhores. A propensão a fazer as coisas do seu próprio jeito (em oposição a seguir a sabedoria de Deus), consignou Adão e Eva e seus descendentes a experimentar muito mais trabalho e muito mais dor.

A segunda lei da termodinâmica garante que tudo o que um homem organiza, tudo o que ele projeta e qualquer informação que ele acumula se tornam cada vez mais desordenados*. Entretanto, o pecado acelera o desarranjo. Por exemplo, se um homem abusa de suas ferramentas, elas se tornam menos produtivas e se desgastam mais rápido, levando-o a sentir mais dor e mais trabalho quando as usa. Se ele abusa de seus animais, seus funcionários ou de uma mulher que pode se tornar sua esposa, a resposta deles ao abuso causa a ele mais trabalho, menos prazer e mais dor.

* Nota da Tradução: A 2ª lei da termodinâmica (entropia) pode ser ilustrada pela desordem; contudo, entropia não é desordem. Veja vídeo abaixo.




Deus projetou as leis da física para gentilmente, mas firmemente, encorajar a humanidade a se afastar do pecado. Como Paulo explica em 1 Coríntios 5 e 6, nem todos os pecados trazem danos idênticos. Alguns pecados contaminam mais do que outros. {Note} a maneira como Deus projetou as leis da física: quanto mais contaminante o pecado, mais dor e/ou trabalho ele gera. E quanto mais pecado um indivíduo comete, mais dor e trabalho ele experimenta. As leis da física, ao contrário de pais, professores e supervisores, alocam retribuição consistente e oportuna. Além disso, a disciplina da física nunca erra, nunca esquece. Pelo desígnio de Deus, não é nem muito nem pouco.

Universalidade das Leis Físicas

Jeremias fala sobre a fixidez das leis que governam o universo. [6] Paulo, em Romanos, afirma que toda a criação foi submetida à lei da decadência, [7] uma referência aparente à segunda lei da termodinâmica. Como as dimensões espaço-temporais do universo são inextricavelmente tecidas juntas, a dimensão temporal do universo não pode ser separada de suas dimensões espaciais. [8] Ou, para colocar de outra forma, a geometria do universo é tal que o tempo se comporta como uma dimensão espacial sujeitando todo o universo à lei da decadência. Este fato implica que todo o universo, desde o seu início, desde o início do próprio tempo, experimentou a decadência.

Muitas referências em outras partes da Bíblia confirmam 1) a expansão contínua do universo desde o início, 2) a queima solar e estelar antes e depois da queda de Adão e 3) a função metabólica em plantas e animais. [9] Todos esses fenômenos são fisicamente impossíveis sem a operação contínua da segunda lei da termodinâmica.

Gravidade e eletromagnetismo também devem estar em operação contínua desde o evento da criação cósmica. A Bíblia afirma que o sol, as estrelas, a Terra e a lua existiram antes e depois de Adão. Da mesma forma, a Escritura afirma que a luz eletromagnética existia desde o início da criação e permanece a mesma. Também implica que a Terra e o sol mantêm uma configuração estável em relação um ao outro.

A astrofísica direta demonstra que os tipos de estrelas estáveis e ardentes essenciais para a vida física não podem existir neste universo a menos que tanto a gravidade quanto o eletromagnetismo mantenham seus valores atuais e operação por toda a história do universo. Similarmente, órbitas estáveis de planetas ao redor de estrelas e de elétrons ao redor dos núcleos de átomos requerem a estabilidade e constância tanto da gravidade quanto do eletromagnetismo. A vida física também requer que todas as galáxias, estrelas e planetas, na verdade, toda a matéria e energia no universo, estejam situados em uma superfície tridimensional (ver figura abaixo). Essa superfície deve ser muito grande e se expandir rápida e continuamente. E a termodinâmica requer a ação complementar da gravidade e do eletromagnetismo.


Possíveis geometrias para o universo (Imagem de NASA / Equipe Científica WMAP)
Possíveis geometrias para a superfície do universo (Ω = Parâmetro de densidade).
Imagem de NASA / Equipe Científica WMAP


O fato de que a gravidade, o eletromagnetismo e a termodinâmica têm funcionado continuamente desde o evento da criação cósmica implica que Deus preparou, ou pré-programou, o universo para lidar com o pecado. Isso ocorreu bilhões de anos antes de o pecado se tornar um problema no universo físico; isto é, bilhões de anos antes de Deus permitir que satanás invadisse o Éden. Outras evidências, tanto científicas quanto bíblicas, sugerem que o plano de Deus funciona da maneira mais eficiente possível.

A natureza do universo e as leis físicas limitam a longevidade máxima da espécie humana no planeta Terra a apenas alguns milhares de anos. Fenômenos naturais como erupções de supernovas, colisões de asteroides e cometas, expansão cósmica acelerada e o inevitável término do ciclo silicato-carbonato [10] garantem uma extinção relativamente rápida da espécie humana. De fato, os cientistas agora veem evidências de que a busca por educação e tecnologia, elementos cruciais no rápido avanço da civilização (e até no cumprimento do comando de Jesus de fazer discípulos de todas as nações), na verdade, encurta o tempo de extinção da espécie humana ao aumentar a taxa de mutação deletéria. [11] E, o aumento da riqueza produzido pelos avanços educacionais e tecnológicos tem um impacto negativo na taxa de natalidade humana.

Extensão do Impacto do Pecado

A conexão entre as leis da física e o pecado explica o impacto de longo alcance do pecado. O gemido da criação em antecipação à libertação do pecado durou quinze bilhões de anos e afetou cem bilhões de trilhões de estrelas. A conquista efetiva e eficiente do pecado exige certo conjunto de leis físicas. Essas leis físicas determinam que o universo manifeste certa variedade espaço-temporal e uma taxa de expansão ainda mais especificada. Essa variedade espaço-temporal e taxa de expansão servem para limitar o reino geográfico para a humanidade. Com grande esforço, os humanos podem fazer incursões em diferentes partes deste sistema solar. Visitar planetas ao redor de outras estrelas, contudo, está fora de questão. [12] Da mesma forma, a física deste universo atual coloca uma restrição severa na janela de tempo na história cósmica durante a qual a existência humana é possível. [13]

O impacto do pecado se estende além do tubo (ou invólucro) do espaço-tempo do universo. Por cerca de quatro bilhões de anos (pelo menos) da história da Terra, no mínimo cem milhões de anjos testemunharam os danos causados pelo pecado. [14] Esse testemunho paciente é parte do ensinamento de Deus aos anjos sobre Sua graça. Dada sua perspectiva única sobre a amplitude e a profundidade da devastação do pecado, os anjos podem ver e entender — mais do que você e eu ainda podemos — quão custosa é a redenção da humanidade por Cristo.

Quando Deus planejou Seu relacionamento de amor supremo com os humanos, Ele escolheu abrir o portão do Éden para Satanás, a mais magnífica e poderosa de suas criações angelicais. Depois de enfrentar e — pela graça de Deus — superar as tentações de Satanás, os humanos nunca encontrarão um inimigo maior. A exposição da humanidade ao pecado (por mais devastadora que tenha sido e continue sendo) abre caminho para os seguidores de Cristo receberem e desfrutarem das recompensas da nova criação e cumprirem seus papéis ali. Sem o treinamento e a maturação oferecidos pela exposição ao pecado e suas consequências, a humanidade não poderia esperar nada melhor do que o paraíso, os prazeres do Éden. Embora o paraíso possa parecer maravilhoso comparado a este universo marcado pelo pecado, ele empalidece completamente em comparação ao futuro lar fornecido por Deus para todos os que escolherem a redenção do pecado que Cristo torna disponível por meio de Sua morte e ressurreição.

Melhor que o Éden

Deus prometeu a Seus adoradores uma recompensa muito além do que qualquer um pode imaginar ou compreender. [15] Esta segunda criação de Deus um dia (em um oitavo dia de criação) suplantará a primeira criação. (Veja a seção Novas Leis para uma Nova Criação.)

O êxodo dos israelitas do Egito e a jornada subsequente para a Terra Prometida oferecem uma analogia útil. O Paraíso (Éden) pode ser comparado ao Egito na época de Moisés. A jornada da humanidade através das provações e tentações da vida se assemelha às peregrinações de Israel no deserto (Sinai). A nova criação é aproximadamente análoga à terra da promessa (Canaã). Assim como os israelitas lutaram para imaginar e antecipar as bênçãos da Terra Prometida, as pessoas, em todos os lugares, lutam para imaginar e antecipar as recompensas da nova criação.

Os israelitas resmungavam sobre seu sofrimento no deserto e ansiavam por retornar ao Egito. As pessoas hoje reclamam do treinamento e da disciplina desta vida e anseiam por um retorno ao Éden. O Egito era uma terra de fartura, mas também uma terra de escravidão. O Éden certamente parece idílico, mas mantém a humanidade cativa ao eletromagnetismo, à gravidade etc. Durante o processo de envelhecimento, os indivíduos observam que as articulações e os músculos gradualmente perdem a batalha contra a gravidade. A pele e outras células se decompõem sob exposição prolongada à radiação eletromagnética.

Em um nível espiritual, a insegurança perpétua atormentava Adão e Eva no Jardim do Éden. A todo o momento eles eram capazes da escolha voluntária que destruiria sua unidade única com o Criador. Na nova criação, todos que têm um relacionamento com Jesus Cristo desfrutarão para sempre de segurança perfeita. As pessoas viverão com segurança além do teste severo de seu livre-arbítrio, o teste enfrentado na primeira criação de Deus. É passado. Nenhum teste mais difícil pode confrontá-los.

Adão e Eva e toda a humanidade tiveram que ser confinados a uma única dimensão de tempo, uma que não pode ser parada nem revertida para limitar as consequências de seu pecado, incluindo o número de pessoas prejudicadas por ele. Todos os que entrarem na nova criação estarão livres de tais restrições de tempo. O confinamento de tempo que limita cada indivíduo a apenas alguns relacionamentos próximos será revogado.

Jesus frequentemente se refere aos crentes na nova criação com substantivos e pronomes singulares. [16] Aqueles que se juntam a Ele na nova criação são chamados de Sua noiva, e Ele diz que todos os que vivem lá serão um, assim como Ele, o Pai e o Espírito Santo são um. O aspecto da unicidade de Deus é ilustrado no fato de que o Pai, o Filho e o Espírito estão em comunicação e comunhão contínuas um com o outro. [17]

Para que os humanos experimentem esse tipo de unidade, cada pessoa terá comunicação e companheirismo contínuos uns com os outros. Parece que, de alguma forma, todos os indivíduos possuirão a capacidade de se comunicar e se relacionar simultaneamente, intimamente e harmoniosamente com bilhões de outros.

Nossos limites dimensionais atuais (e natureza pecaminosa) tornam tal comunicação e companheirismo impossíveis. E ainda assim, por enquanto, tais limites são essenciais. Uma dimensão de tempo (na qual o tempo não pode ser interrompido nem revertido) atualmente confina o impacto do pecado dos humanos a apenas um número limitado de pessoas por um tempo limitado. (No equivalente a duas dimensões de tempo ou mais, o pecado de uma pessoa poderia impactar simultaneamente bilhões de outras pessoas de forma inalterada por um período ilimitado de tempo.) Com a nova capacidade celestial de conhecer e ser conhecido, amar e ser amado por todos os outros seres humanos simultaneamente, a necessidade de casamento e família nuclear será totalmente satisfeita.

Se Deus concederá a capacidade de comunicação simultânea contínua e comunhão íntima com todos os outros crentes por meio do equivalente a duas dimensões de tempo ou algum outro meio dimensional ou transdimensional, isso não é revelado. Podemos, porém, saber que com a eliminação do pecado, vergonha, constrangimento e defeitos físicos, mentais e espirituais, a intimidade se torna segura e agradável de uma maneira impossível nesta criação. O risco de ser ferido ou danificado em relacionamentos desaparecerá para sempre.

As pessoas não precisarão mais concentrar recursos de relacionamento em apenas um cônjuge, uma família nuclear e extensa e algumas dezenas de amigos. O desfrute contínuo de todos os outros membros da família celestial fornece algo muito superior aos prazeres dos melhores relacionamentos terrenos, incluindo o casamento. [18] Tudo isso, e muito mais, as aguarda.

Um dia, Deus libertará a humanidade do “cercadinho” deste universo com todas as suas dimensões e física restritivas. Ele conduzirá aqueles que O adoram a uma nova criação repleta de física e dimensões ou transdimensões que permitem relacionamentos finalmente satisfatórios com Ele e uns com os outros. Seremos recompensados em um grau muito além do que qualquer um pode pensar ou imaginar. [19] Até esse momento, cada pessoa pode agradecer a Deus pela disciplina da física.

Novas Leis para A Nova Criação

Apocalipse 21 declara que a lei da decadência (ou seja, a segunda lei da termodinâmica) não existirá mais na nova criação. O apóstolo João registra que morte, luto, choro e dor — quatro consequências da lei da decadência — não terão lugar na nova criação. [1] Na nova criação, as pessoas aparentemente consumirão sem incorrer em custos, mais uma evidência da ausência de decadência.

A descrição de uma nova Jerusalém sugere a ausência de gravidade (como a conhecemos) na nova criação. Esta “cidade” (ou estrutura) mede aproximadamente 2.200 km de comprimento por 2.200 km de largura por 2.200 km de altura, e tem cantos. [2] Assim, a forma da Nova Jerusalém (um cubo ou pirâmide) viola a lei da gravidade. A gravidade força qualquer corpo maior que aproximadamente 241 km de diâmetro a uma forma esférica.

Com a radiação eletromagnética, a luz projeta sombras e eclipses. Na nova criação, corpos quentes como o sol e as estrelas, as fontes primárias de luz no universo atual, não existirão mais. [3] A luz permeará toda a nova criação, mas não a luz eletromagnética, pois não haverá escuridão, nem sombras.

As limitações do múltiplo espaço-tempo do universo são revogadas na nova criação. Os relacionamentos são não lineares (veja a seção Melhor que o Éden, e os parágrafos que se seguem). Nem as pessoas serão geograficamente limitadas como são no universo atual. A física e o espaço não mais confinarão os indivíduos aos arredores de um pequeno planeta. O anseio comum de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, bem como de não ser restringido pelo tempo, será satisfeito.

Notas de Fim

  1. John M. Templeton, The Humble Approach (New York: The Seabury Press, 1981). Este é o primeiro de muitos livros e periódicos patrocinados por John Templeton sobre o tema da teologia da humildade.

Nota do Sobre As Origens: Apesar de haver outras referências (de consulta) citadas ao longo do artigo, no texto colocado no site de Reasons to Believe só consta a referência número 1.


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Traduzido de The Physics of Sin (RTB)



Etiquetas:
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