Extraterrestres de outro mundo? Como chegar aqui partindo de lá
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| Disco voador pairando sobre uma estrada (Imagem gerada por IA - Casualties Of Mars em NightCafé Studio) |
Observações:
- Apesar de ser um artigo antigo (data de 2001), seu conteúdo ainda é bastante atual em sua argumentação sobre as possibilidades de vida inteligente alienígena visitar a Terra.
- Do artigo original, no site de Reasons to Believe, não constam as 3 figuras citadas ao longo do texto. A figura e o vídeo que estão aqui nesta versão traduzida foram inseridos por mim com o intuito de ajudar na compreensão e visualização dos conceitos abordados.
por Hugh Ross
1º de abril de 2001
Um desafio crescente ao cristianismo, tanto dentro como fora das fronteiras dos EUA, surge da obsessão popular com OVNIs* (objetos voadores não identificados) e VEI (vida extraterrestre inteligente) {extraterrestrial intelligent life, ETI, em inglês}.
1º de abril de 2001
Um desafio crescente ao cristianismo, tanto dentro como fora das fronteiras dos EUA, surge da obsessão popular com OVNIs* (objetos voadores não identificados) e VEI (vida extraterrestre inteligente) {extraterrestrial intelligent life, ETI, em inglês}.
* N. do R. T.: Nos dias de hoje, o nome mais usado é FANI (Fenômeno Anômalo Não Identificado), que é a tradução do termo inglês UAP (Unidentified Anomalous Phenomena).
Um número crescente de cultos ufológicos e extraterrestres, alguns abertamente religiosos, outros com a pretensão de serem empreendimentos puramente científicos, pregam sua própria mensagem de salvação para a raça humana, uma mensagem que contradiz diretamente — e ataca abertamente — o Evangelho de Jesus Cristo. Esses cultos negam a existência de um Criador transcendente. Negam que a salvação venha somente pela fé na obra redentora de Jesus Cristo. Pregam, em vez disso, que a esperança reside em receber “orientação” de extraterrestres avançados, por meio de um livro com soluções para todos os problemas da humanidade. Alguns o chamam de Urântia e dizem que ele já chegou; outros o chamam de Enciclopédia Galáctica e aguardam sua chegada.
À medida que apologistas cristãos (incluindo os de Reasons To Believe) se dirigem a públicos universitários e comunitários na África, Austrália, Canadá, Japão, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos, as perguntas sobre OVNIs e inteligências extraterrestres estão entre as mais frequentes. Essas perguntas fazem sentido à luz de pesquisas que indicam que os avistamentos de OVNIs em todo o mundo ultrapassam um milhão por ano. [1]
Os astrônomos confirmam prontamente que a grande maioria dos supostos avistamentos de OVNIs pode ser explicada por fenômenos naturais. Apenas uma pequena fração dos OVNIs realmente não possui nenhuma explicação razoável a partir da natureza ou a partir da atividade humana. No caso de praticamente todos os avistamentos, no entanto, a resposta imediata das pessoas comuns (e até mesmo de alguns cientistas) é que alienígenas superinteligentes viajando em naves espaciais sofisticadas chegaram das profundezas do espaço. "Discos voadores" e "OVNIs" são termos sinônimos para a grande maioria da população mundial. Clubes (e cultos) de discos voadores se dedicam exclusivamente ao estudo de encontros com OVNIs e à promoção da alegação de que o planeta Terra foi e continua sendo explorado por extraterrestres.
Quão realista é a noção de viagens interestelares (entre sistemas planetários) ou intergalácticas (entre galáxias) — mesmo que suspendamos temporariamente as questões sobre a possibilidade de vida física inteligente além da Terra? De todos os livros disponíveis sobre o fenômeno OVNI, poucos dedicam atenção adequada às propriedades do espaço e aos desafios físicos das viagens espaciais. Tais desafios foram ressaltados pelos esforços humanos das últimas décadas, incluindo a Apollo 13 e os experimentos da biosfera.
Problemas de Distância
Nesta era de sucesso quase rotineiro da NASA no envio de espaçonaves aos planetas vizinhos da Terra (sem mencionar as representações familiares de viagens espaciais pela Via Láctea e além na televisão e no cinema), as pessoas podem facilmente perder de vista dois fatos: (1) as leis e constantes da física impõem limites rígidos a qualquer viagem espacial significativa feita por seres físicos inteligentes; e (2) nenhuma quantidade de capacidade tecnológica pode superar tais limites.
Um obstáculo às viagens intergalácticas, ou mesmo entre sistemas planetários, surge das enormes distâncias que separam as estrelas. Distância, naturalmente, se traduz em tempo, e tempo se traduz em exposição a riscos. Quanto mais tempo um corpo vivo ou mecânico passa no espaço, mais perigos encontra — perigos mortais.
A estrela mais próxima está a 40,23 trilhões de quilômetros de distância. Se usássemos uma toranja para representar o nosso Sol, com cerca de 1,61 milhões de quilômetros de diâmetro, a distância até a estrela mais próxima, nessa escala, seria a distância entre Los Angeles e Manágua, na Nicarágua. Se uma pessoa viajasse até essa estrela na espaçonave mais rápida da NASA (até o momento), a viagem levaria 112.000 anos.
As estrelas mais próximas, entretanto, não atendem aos requisitos básicos para a manutenção da vida. Seres físicos sencientes necessitam de um habitat semelhante ao da Terra — um que orbite uma única estrela de meia-idade, muito parecida com o Sol. A órbita desse planeta deve ser quase circular, não muito excêntrica. O planeta deve ser protegido do bombardeio de asteroides por um planeta companheiro massivo (como Júpiter), mas não pode ser afetado pela gravidade desse planeta protetor. Muitos outros critérios poderiam ser listados, mas estes são suficientes para ilustrar o ponto. [2] Nenhuma estrela a cerca de 50 anos-luz da Terra pode atender a esses requisitos. Aquelas com massa semelhante à do Sol são jovens demais ou velhas demais para queimar com estabilidade suficiente. [3] Elas possuem estrelas companheiras ou planetas próximos enormes que perturbariam a órbita de qualquer planeta semelhante à Terra, ou não possuem planetas protetores grandes. [4]
Mesmo que seres inteligentes habitassem a meros 50 anos-luz de distância, teriam que percorrer um caminho sinuoso através de diversos perigos galácticos para chegar ao planeta Terra, tornando sua viagem consideravelmente mais longa. Os viajantes teriam que desviar da gravidade e da radiação mortal de estrelas de nêutrons, estrelas supergigantes, erupções de novas e supernovas, e até mesmo dos remanescentes dessas erupções. Teriam que evitar o gás, a poeira e os cometas tão densos nos braços espirais, bem como as proximidades de estrelas recém-formadas (estrelas formadas nos últimos 5 bilhões de anos). Mas teriam que permanecer no plano da galáxia. Qualquer desvio desse plano exporia os viajantes à radiação mortal que emana do núcleo galáctico. Manobrar para evitar os perigos aumentaria a distância mínima para cerca de 75 anos-luz.
Descobertas recentes, porém, elevam ainda mais esse valor mínimo. Partindo do pressuposto de que qualquer nave interplanetária provavelmente manteria comunicação com o planeta natal (ou com outros membros da expedição), um grupo de pesquisa do SETI (busca por inteligência extraterrestre ou Search for Extraterrestrial Intelligence, em inglês) analisou todas as 202 estrelas do tipo solar (aproximadamente semelhantes ao Sol) em um raio de 155 anos-luz da Terra. Nenhum sinal inteligível foi detectado nas proximidades de cada estrela. [5] Essa descoberta se traduz em uma distância mínima de viagem extraterrestre de 155 anos-luz, mais manobras para evitar colisões, totalizando aproximadamente 230 anos-luz (ou 2,19 quatrilhões de quilômetros).
Problemas de Velocidade
Como alguns leitores devem se lembrar das aulas de ciências do ensino médio, as leis da física proíbem que qualquer partícula de matéria viaje mais rápido que a velocidade da luz. Contudo, sérias dificuldades surgem muito antes de um objeto atingir essa velocidade. Na velocidade da luz, a energia necessária para mover uma massa específica é infinita. Mesmo com metade da velocidade da luz, a energia necessária para impulsionar um objeto é milhões de vezes maior do que a necessária para a espaçonave mais rápida da NASA.
O problema energético se agrava, entretanto, porque propelentes e motores envolvem massa. Quanto maior a velocidade de uma espaçonave, mais propelente e maiores motores ela requer. Portanto, quanto maior a velocidade pretendida da espaçonave, maior (exponencialmente) será a massa da nave.
Um problema adicional de massa surge da necessidade de movimentar a carga útil da espaçonave (o peso total dos passageiros, tripulação, instrumentos e suprimentos de suporte à vida). A massa da espaçonave e de seu sistema de propulsão aumenta geometricamente em relação à massa da carga útil.
A necessidade de velocidade apresenta mais um problema: quanto mais rápido um objeto se move pelo espaço, maior a probabilidade de sofrer danos causados por detritos espaciais. Micrometeoritos, por exemplo, perfuraram os painéis solares do Telescópio Espacial Hubble com buracos do tamanho de moedas de um dólar (enquanto o Hubble viajava a cerca de 0,04% da velocidade da luz em relação aos micrometeoritos e a cerca de 0,003% da velocidade da luz em relação à Terra). Se o telescópio estivesse se movendo mil vezes mais rápido (em relação aos micrometeoritos), o dano teria sido um milhão de vezes pior. (Ou seja, o dano aumenta com o quadrado do aumento da velocidade.)
Em termos de detritos espaciais, os micrometeoritos podem ser a menor das preocupações de um viajante espacial. Uma grande nuvem de cometas, estimada em 100 bilhões ou mais, circunda o sistema solar. É muito provável que tais nuvens envolvam qualquer estrela em nossa galáxia que possa abrigar planetas. Os astrônomos suspeitam que as gigantescas nuvens moleculares espalhadas por toda a Via Láctea possam conter um número ainda maior de cometas.
Para se proteger contra danos causados por detritos espaciais, uma espaçonave precisa de algum tipo de blindagem. No entanto, blindagem significa mais massa, o que significa mais propelente para mover essa massa adicional. Mais propelente significa mais propelente para mover o propelente extra. Assim, o problema se agrava.
Embora os detritos espaciais representem um risco menor em velocidades mais baixas, velocidades mais baixas também significam maior tempo de viagem. A probabilidade de danos causados por detritos espaciais aumenta proporcionalmente ao tempo gasto no espaço — e aumenta com o quadrado da velocidade. Portanto, em termos de danos causados por detritos, os viajantes espaciais enfrentam perigos mortais em qualquer velocidade, seja ela lenta ou rápida. E, independentemente da velocidade, uma espaçonave sofrerá desgaste geral em seus componentes.
A exposição à radiação representa mais uma séria ameaça. Quanto mais rápido uma nave viaja pelo espaço, maior o dano que sofre devido à radiação. As partículas associadas à radiação (por exemplo, prótons, nêutrons, elétrons, núcleos pesados e até mesmo fótons) causam erosão na "pele" e nos componentes da nave. Novamente, a taxa de erosão aumenta com o quadrado da velocidade. Todavia, uma velocidade menor significa mais tempo no espaço, e esse tempo extra significa maior exposição à radiação para os alienígenas a bordo. (Não importa quão espessa seja qualquer escudo de segurança prático, alguma radiação inevitavelmente vaza.)
De forma bastante conservadora, qualquer espaçonave de tamanho razoável transportando seres físicos inteligentes pode viajar a velocidades não superiores a cerca de um por cento da velocidade da luz. Em velocidades mais altas, os riscos de radiação, detritos espaciais, vazamentos e desgaste são simplesmente grandes demais para impedir a extinção dos viajantes espaciais antes que cheguem ao seu destino. Uma espaçonave viajando a um por cento da velocidade da luz (quase 11 milhões de quilômetros por hora) precisaria de 7.500 anos para percorrer 75 anos-luz ou 23.000 anos para percorrer 230 anos-luz.
Brechas Via Buracos de Minhoca?
Entusiastas de OVNIs e VEIs, com grande imaginação e formação técnica, sugerem que alienígenas avançados podem ter descoberto uma maneira de usar "buracos de minhoca" no espaço-tempo para viajar a locais distantes no universo em um tempo relativamente curto. Entretanto, uma análise mais aprofundada revela que essa ideia não oferece nenhuma ajuda para solucionar os problemas de distância e tempo.
A relatividade geral afirma que objetos massivos distorcem a curvatura do espaço-tempo em sua vizinhança. Quanto maior a densidade de massa de um objeto, maior o grau de curvatura do espaço-tempo que ele produz em sua vizinhança imediata. A relatividade geral prevê que, quando a matéria se torna suficientemente comprimida por sua própria gravidade (como em um buraco negro), uma região discreta do espaço-tempo se desenvolverá onde a curvatura se torna infinitamente acentuada (Figura 1). Ou seja, uma singularidade (região onde a densidade de massa e a curvatura do espaço se tornam infinitas) se desenvolverá no centro da concentração de massa.
Se um buraco negro conectado a uma camada do espaço-tempo no universo entrar em contato com outro buraco negro conectado a uma camada diferente do espaço-tempo, esse ponto de contato pode (hipoteticamente) oferecer um corredor de viagem. O ponto de contato, porém, deve ser singularidade a singularidade (Figura 2) para que um viajante que se direcione para o centro de um buraco negro possa entrar em contato com o centro de outro buraco negro.
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| Regiões de um buraco negro (Imagem de Hubpages - traduzida por Sobre As Origens) |
Embora esses chamados buracos de minhoca, que conectam um buraco negro a outro, sejam matematicamente possíveis, é preciso questionar a praticidade física (para não mencionar a plausibilidade) de seu uso por viajantes alienígenas. De acordo com os modelos mais bem estabelecidos para o universo, as regiões do espaço que poderiam ser conectadas por buracos de minhoca já estão próximas umas das outras. Em outras palavras, o uso de um buraco de minhoca ofereceria pouca vantagem em termos de tempo. Um modelo cósmico no qual uma folha espaço-temporal de dez dimensões se curva para formar um U (Figura 3) oferece a possibilidade de um atalho significativo através do espaço, mas pesquisas em andamento ainda precisam verificar a viabilidade de tal modelo.
Considerações Sociais
Com uma duração mínima de 7.500 anos para uma viagem só de ida de seu planeta natal até a Terra, os alienígenas certamente enfrentariam alguns desafios sociais assustadores. A longevidade em qualquer lugar dentro dos limites do universo deve ser finita, não infinita, de acordo com as leis da física. Além disso, a expectativa de vida inevitavelmente diminui com a exposição à radiação, como a emitida pelas viagens espaciais. As complexidades da bioquímica baseada em carbono (a única química possível para a vida física) [6, 7] estabelecem o limite da vida em cerca de mil anos — mesmo que os alienígenas viajantes hibernassem por longos períodos.
Uma viagem por mais de 75 anos-luz se estenderia por várias gerações. Uma jornada multigeracional apresenta um novo conjunto de dificuldades. Independentemente de os viajantes originais terem se voluntariado ou não para a missão, seus descendentes a receberiam por herança, não por escolha. Quer queiram ou não, a missão lhes pertence. Se os viajantes espaciais se assemelhassem aos humanos de alguma forma, seria fácil imaginar que a dedicação aos objetivos originais seria difícil de manter. Prioridades alteradas ou confusas provavelmente aumentariam a duração da viagem, entre outras dificuldades. Elas poderiam até mesmo levar ao cancelamento da jornada.
Uma estratégia multigeracional para viagens espaciais exige uma população base suficientemente grande e diversificada para os passageiros iniciais. Caso contrário, os alienígenas provavelmente se extinguiriam antes que sua nave atingisse o destino pretendido. Além disso, uma população de qualquer tamanho, de 2 a 20.000 indivíduos, requer diversos recursos e sistemas para sua subsistência. No mínimo, esses recursos e sistemas devem incluir alimentos, produtos para respiração e reciclagem de resíduos, e todos devem ser mantidos em níveis suficientes para minimizar o risco de desastre ecológico.
Problemas de sobrevivência
Uma viagem só de ida que leva 7.500 anos ou mais levanta sérias dúvidas sobre a sobrevivência dos viajantes alienígenas. O risco de extinção, dada a população limitada e todas as contingências das viagens espaciais, parece enorme. Como a humanidade descobriu nos últimos cinquenta anos, uma civilização avançada o suficiente para lançar uma viagem pelo espaço pode não sobreviver o tempo suficiente nem para construir uma nave e fazê-la decolar. Alta tecnologia tem um preço terrível: menor capacidade de sobrevivência.
A alta tecnologia e os consequentes altos padrões de vida fazem com que indivíduos portadores de mutações deletérias geralmente sobrevivam o suficiente para se reproduzir. A alta tecnologia e os altos padrões de vida incentivam fortemente tanto homens quanto mulheres a adiarem a reprodução. Em um mundo altamente tecnológico, um indivíduo precisa de mais tempo para ser educado e treinado para a autossuficiência, e ainda mais para contribuir com o avanço tecnológico contínuo.
A reprodução tardia, particularmente em homens, resulta na transmissão de um número maior de mutações deletérias. [8] De acordo com um estudo, a população humana no final do século XX sofreu um acúmulo de mutações deletérias na ordem de três por pessoa por geração. [9] Essa taxa acelera significativamente o movimento da humanidade rumo à extinção.
Para piorar a situação, riqueza e tecnologia têm correlação inversa com a taxa de natalidade. Em outras palavras, quanto maior a riqueza de uma sociedade e maior o seu uso de tecnologia, menor a sua taxa de natalidade. Hoje, nenhuma nação com renda per capita superior a US$ 20.000 possui uma taxa de natalidade alta o suficiente para evitar a extinção da espécie. Na Europa e no Japão, por exemplo, a taxa de natalidade é inferior a 75% da necessária para manter a população em um nível constante. [10]
Para os viajantes espaciais, todos esses problemas são agravados pelas limitações no tamanho de sua tripulação. Enquanto seis bilhões de pessoas vivendo em um planeta grande podem tolerar epidemias, desastres naturais, crises ecológicas e guerras, alguns (ou alguns milhares) de indivíduos a bordo de uma nave espacial ou de um conjunto de naves espaciais provavelmente seriam dizimados por tais catástrofes. A humanidade possui a vantagem adicional de ter um vasto habitat com uma grande variedade de refúgios onde se pode encontrar uma fuga temporária de um determinado problema ou desastre.
Esses riscos de extinção sugerem que, para estrelas e planetas distantes, a tecnologia suficiente para viagens espaciais tem muito mais probabilidade de condenar o destino de uma sociedade do que de realizá-lo. A inteligência artificial diria a esses alienígenas para permanecerem em seus planetas ou para limitarem seus esforços de colonização ao seu próprio sistema planetário.
Problemas de Tecnologia
Obviamente, os problemas de danos causados por detritos espaciais, radiação, vazamentos, degradação ecológica e desgaste são muito piores para seres físicos inteligentes a bordo de espaçonaves do que para instrumentos mecânicos. Se o objetivo é coletar (ou transmitir) conhecimento, os humanos geralmente têm vantagem sobre as máquinas, pois conseguem se adaptar mais rápida e eficazmente a mudanças de circunstâncias e imprevistos. Entretanto, à medida que a distância da viagem aumenta, essa vantagem se inverte: quanto maior a dificuldade de transportar pessoas em comparação com as máquinas, menor a capacidade de adaptação dos humanos.
Mesmo para a exploração do nosso próprio sistema solar, as máquinas têm uma enorme vantagem. Para visitar as luas de Júpiter (a menos de 0,0001 anos-luz de distância), pelo menos dez mil missões com instrumentos podem ser enviadas pelo custo de uma única missão tripulada. Se algo der errado com um instrumento em tal missão, ninguém morre (embora alguém possa perder o emprego). Se os instrumentos detectarem algo para o qual não foram projetados, outro conjunto de instrumentos pode ser projetado e enviado. Se as circunstâncias justificarem uma estadia mais longa, isso pode ser feito com pouca reformulação ou provisão extra, na maioria dos casos. É provável que alguns homens em uma missão de um mês aprendam muito menos sobre um planeta ou uma lua do que dez mil instrumentos espaciais operando durante muitos anos.
Esse tipo de análise não passaria despercebido por alienígenas mais avançados que os humanos. Se alienígenas existem em sistemas planetários distantes e têm algum interesse no planeta Terra, é mais provável que enviem máquinas do que membros de sua própria espécie.
Apelo por Mais Pesquisas
Esta breve análise da viabilidade de viagens espaciais de longa distância pode não levar em conta todos os fatores significativos, e o tempo dirá se seus cálculos e estimativas são otimistas ou pessimistas demais. Ela demonstra, contudo, que um pouco de tempo na biblioteca com uma calculadora pode trazer algumas considerações realistas para questões sobre OVNIs e inteligências extraterrestres. O dinheiro dos contribuintes seria mais bem gasto nesta pesquisa relativamente barata do que em sondas caras em busca de sinais ou naves alienígenas.
Programas concebidos para descobrir e explorar sistematicamente as características de planetas distantes seriam extremamente úteis. Os astrônomos já determinaram as massas e órbitas de mais de sessenta planetas fora do sistema solar da Terra. [11] Além disso, a NASA recebeu a promessa de financiamento para enviar ao espaço uma série de telescópios que terão a capacidade não só de medir as massas e órbitas de planetas do tamanho da Terra orbitando estrelas distantes, mas também de determinar suas taxas de rotação e a composição de suas atmosferas. [12]
Considere o Motivo
O interesse crescente em OVNIs e VEI parece estar mais profundamente enraizado em preocupações espirituais do que científicas. Pesquisadores da origem da vida agora reconhecem a virtual impossibilidade de qualquer explicação natural para a origem da vida na Terra, em Marte, em qualquer corpo do sistema solar ou em qualquer lugar entre os cometas ou nuvens interestelares. [13] A descoberta adicional de que os microrganismos não poderiam ter sido transportados através do espaço interestelar (a pressão da radiação das estrelas inevitavelmente os teria matado) praticamente sela o caso. [14]
As ironias parecem grandes demais para serem ignoradas. Uma busca obviamente espiritual justifica enormes gastos com pesquisa, tanto de fundos governamentais quanto privados. Enquanto essa busca se opuser, em vez de apoiar, as doutrinas cristãs, não haverá protestos por parte dos defensores da separação entre Igreja e Estado. A maior ironia é que a humanidade já possui em suas mãos todas as informações e instruções necessárias para a melhor vida possível neste planeta, bem como para a vida além. Essa “enciclopédia extracósmica” foi entregue aos humanos pelo Espírito de Deus e corroborada com evidências tangíveis. Para garantir que os humanos a compreendessem e a recebessem, o próprio Criador visitou pessoalmente este planeta há dois milênios, em forma humana, não alienígena. Ele revelou — em Si mesmo — a fonte das respostas para as maiores questões e desafios da vida.
Notas de Fim
- Jacques Vallee, Dimensions (New York: Ballantine, 1988), 230-31.
- Hugh Ross, The Creator and the Cosmos, 3 ed. (Colorado Springs: NavPress, 2001), 176-87. {Atualmente o livro encontra-se em sua 4ª edição.}
- Catálogo da NASA de 2.613 estrelas conhecidas dentro de 81 anos-luz da Terra, website: http://heasarc.gsfc.nasa.gov/W3Browse/star-catalog/cns3.html.
- Jean Schneider, Extra-solar Planets Catalog, um catálogo de internet frequentemente atualizado em http://www.obspm.fr/encycl/catalog.html. {O link já não funciona mais. Outras fontes que atualmente podem ser acessadas são o europeu Catalogue of Exoplanets, o Exoplanet Catalog da NASA, o Exokyoto e o Open Exoplanet Catalogue.}
- Christopher F. Chyba, “Life Beyond Mars”, Nature 382 (1996), 577.
- Robert Dicke, “Dirac’s Cosmology and Mach’s Principle”, Nature 192 (1961), 440.
- Ross, Creator, 178.
- James F. Crow, “The Odds of Losing at Genetic Roulette”, Nature 397 (1999), 293-94.
- Adam Eyre-Walker e Peter D. Keightley, “High Genomic Deleterious Mutation Rates in Hominids”, Nature 397 (1999), 344-47.
- John W. Wright, ed. The New York Times 2000 Almanac (New York: Penguin Reference, 1999), 487.
- Schneider.
- Bijan Nemati, “The Search for Life on Other Planets”, Facts for Faith 4 (Q4 2000), 22-31.
- Fazale Rana e Hugh Ross, “Life from the Heavens? Not This Way . . .” Facts for Faith 1 (Q1 2000), 11-15. {Esse conteúdo encontra-se postado no site de Reasons to Believe neste link.}
- Paul Parsons, “Dusting Off Panspermia”, Nature 383 (1996), 221-22.
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Traduzido de Aliens From Another World? Getting Here From There (RTB)
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