A probabilidade de IET = 1?
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| Vida inteligente viajando entre galáxias e a Equação de Drake (Imagem gerada por IA em Google Whisk) |
- IET significa Inteligência ExtraTerrestre.
- Há links no texto original que já não funcionam mais. Mesmo assim foram mantidos na tradução.
por Hugh Ross
3 de dezembro de 2007
No início deste outono (25 de setembro), participei de um debate de três minutos no programa de rádio Mancow's Morning Madhouse, transmitido nacionalmente, sobre o tema "Existem evidências científicas de vida inteligente no universo?". Meu oponente no debate foi Amir Aczel, um matemático e autor de best-sellers de renome nacional. Um dos livros de Aczel se chama Probability 1: The Book that Proves There Is Life in Outer Space (Probabilidade 1: O Livro que prova que existe vida no espaço sideral).
Com apenas três minutos de tempo de transmissão entre nós (incluindo os comentários do apresentador), nem Aczel nem eu conseguimos dizer muito sobre a probabilidade de vida inteligente extraterrestre. (Ambos concordamos que a probabilidade de vida inteligente na Terra é quase, mas não exatamente, um.) Desde o "debate", entretanto, tenho recebido várias perguntas de ouvintes e de outras pessoas pedindo minha resposta ao livro de Aczel, Probability 1.
Em resumo, o argumento de Aczel é que a equação do astrônomo Frank Drake para o número de planetas contendo vida inteligente extraterrestre deve ser igual ou maior que 1. Ele argumenta que, embora vários fatores na equação de Drake possam ter valores muito pequenos, basta que um fator na equação possua um valor infinito para que o resultado seja um ou maior. Aczel tem uma alegação válida. Uma fração extremamente pequena multiplicada por infinito é igual a infinito. Todavia, zero multiplicado por infinito é igual a zero. Portanto, se qualquer fator na equação de Drake tiver valor zero, então, não importa quão grandes sejam os valores dos outros fatores, a probabilidade de o universo conter outro planeta com vida inteligente seria zero.
O conhecimento humano sobre o universo não é completo, nem jamais será. Portanto, nada na ciência pode ser atribuído com certeza absoluta — seja um valor zero ou um valor infinito. Para resolver o debate entre Aczel e eu, é preciso usar valores realistas (ou pelo menos valores possivelmente realistas) para os diferentes fatores da equação de Drake.
Os grandes números aos quais Aczel apela na equação de Drake são o número de planetas que podem existir no universo observável e o quão maior o universo real pode ser comparado ao universo observável. Na minha parte de 90 segundos do debate no rádio, admiti que o universo observável possa conter até 1022 (dez bilhões de trilhões) de planetas. Esse número é certamente um limite superior, pois se baseia na suposição de que todas as outras galáxias no universo observável são tão ricas em planetas quanto a Via Láctea. Na verdade, bem mais de 90% das galáxias no universo observável manifestam condições que as tornariam pobres em planetas em comparação com a Via Láctea, e os astrônomos não veem galáxias que sejam significativamente mais ricas em planetas do que a Via Láctea.
Devido ao tempo que a luz leva para viajar de galáxias distantes até os telescópios dos astrônomos, os pesquisadores observam o universo do passado, não o do presente. Assim, como o universo tem se expandido continuamente desde o evento da criação cósmica, o universo real (ou seja, o universo atual) deve ser muito maior do que o universo observável. O quanto maior depende do tipo de geometria e dimensionalidade que se escolhe atribuir ao universo. Aczel recorre a especulações de dimensionalidade que sustentam as hipóteses do multiverso. Ou seja, ele presume que, além do universo em que vivemos, pode existir um número muito grande ou mesmo infinito de outros universos.
No entanto, não existe nenhuma evidência física ou testável para nenhuma das especulações sobre o multiverso. De acordo com os princípios da relatividade geral, tal evidência não é sequer potencialmente possível para observadores físicos, como os seres humanos, que estão confinados à superfície espaço-temporal do universo.
Mesmo a justificativa teórica para o multiverso é tênue. Alguns físicos apontaram que, em certas formulações da teoria das cordas, pode haver até 10500 soluções possíveis diferentes para o universo. A possibilidade de tantas soluções teóricas levou alguns cosmólogos a especular que, para cada solução possível, pode existir um universo real.
A combinação de 1022 vezes 10500 dá a Aczel um número realmente muito grande. Seu enorme número, porém, deve ser multiplicado pela probabilidade de que um planeta selecionado aleatoriamente manifestasse as características necessárias que permitiriam a existência de vida inteligente e o desenvolvimento de uma civilização globalmente distribuída. Esse resultado deve ser multiplicado novamente pela probabilidade de que uma origem de vida primitiva ocorresse em tal planeta, e esse resultado multiplicado pela probabilidade de que a vida primitiva evoluísse para vida avançada capaz de lançar uma civilização global. Há outros fatores de pequeno valor a serem considerados também, mas esses três são suficientes para demonstrar que a probabilidade de vida inteligente extraterrestre é muito menor que 1.
No site Reasons To Believe, documentamos que a probabilidade de um planeta selecionado aleatoriamente possuir todas as características que a vida inteligente requer é menor que 10-304 {Isto é, 1 ÷ 10304}. Uma atualização recente que será publicada com meu próximo livro, Why the Universe Is the Way It Is (Por que o universo é do jeito que é), coloca essa probabilidade em 10-1054. No livro que escrevi com Fuz Rana, Origins of Life (Origens da vida), descrevemos um cálculo realizado pelo biofísico Harold Morowitz no qual ele mostrou que se alguém quebrasse todas as ligações químicas em uma bactéria E. coli, a probabilidade de que ela se remontasse sob condições naturais ideais (nas quais nenhum elemento ou produto químico estranho invadiria e na qual nenhum dos elementos ou produtos químicos necessários sairia) não seria maior que 10-100.000.000.000. [1] Em outro livro que escrevi com Fuz, Who Was Adam? (Quem foi Adão?), descrevemos cálculos feitos pelo biólogo evolucionista Francisco Ayala e pelos astrofísicos John Barrow, Brandon Carter e Frank Tipler para a probabilidade de uma bactéria evoluir em condições naturais ideais — dada a presunção de que os mecanismos para a evolução biológica natural são eficazes e rápidos. Eles determinam que essa probabilidade não seja superior a 10-24.000.000. [2]
A questão principal é que, em vez de a probabilidade de vida inteligente extraterrestre ser 1, como Aczel afirma, de forma muito conservadora, de uma perspectiva naturalista, ela é muito menor que 10500 + 22 -1054 -100.000.000.000 -24.000.000. Ou seja, é menor que 10-100.024.000.532. Em notação literal, seria 0,00 … 001 com 100.024.000.531 zeros entre a vírgula decimal e o 1. Essa notação literal da probabilidade preencheria mais de 20.000 Bíblias completas. Em outras palavras, a probabilidade é tão próxima de zero quanto qualquer probabilidade cientificamente determinada já esteve.
A probabilidade, é claro, poderia ser muito maior se Deus interviesse sobrenaturalmente. Para um espectro de interpretações cristãs sobre a probabilidade de vida extraterrestre criada sobrenaturalmente, veja um artigo de três astrônomos cristãos publicado na Facts & Faith. [3]
Notas de Fim
- Fazale Rana e Hugh Ross, Origins of Life (Colorado Springs: NavPress, 2004), 164-65.
- Fazale Rana com Hugh Ross, Who Was Adam? (Colorado Springs: NavPress, 2005),153.
- Sam Conner, Guillermo Gonzalez e Hugh Ross, “A Spectrum of Views on ETI”, Facts & Faith, vol. 12, n.º 2 (segundo trimestre de 1998), 10-11.
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Traduzido de Does the Probability for ETI = 1? (RTB)
Etiquetas:
existência de vida inteligente alienígena, em outros planetas

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