Testando a geologia do Dilúvio


Horseshoe Bend, Grand Canyon, Arizona, EUA (foto de Nick Verlice em www.pexels.com)
Horseshoe Bend, Grand Canyon, Arizona, EUA
Foto de Nick Verlice em Pexels


por Jeff Zweerink
14 de julho de 2010

A maior parte das características geológicas (desfiladeiros, montanhas, vales etc.) se formou como resultado de uma única inundação catastrófica alguns milhares de anos atrás? Eles foram formados apenas por processos graduais muito mais lentos? Ou foram formados por uma combinação de processos catastróficos e graduais? Uma inundação de 2002 no Texas fornece uma ferramenta para avaliar o método pelo qual os desfiladeiros (cânions) individuais se formaram.

Os criacionistas da Terra jovem argumentam que a maioria, se não todas, as principais características geológicas do mundo se formaram durante ou logo após uma inundação global (que eles estimam ter ocorrido cerca de 4.000 a 5.000 anos atrás). Em contraste, os criacionistas da Terra antiga (assim como os principais geólogos) argumentam que desfiladeiros, montanhas, vales etc. se formaram ao longo dos 4,5 bilhões de anos da história da Terra por meio de processos catastróficos e mais graduais. Um artigo recente mostra como os cientistas podem continuar a testar qual modelo explica melhor todos os dados.

Uma dificuldade em abordar os mecanismos de formação de cânions é a reprodutibilidade. Em outras palavras, os cientistas observam apenas o estado final do cânion, não seu estado antes e durante a formação. No entanto, eventos locais, como a inundação do Texas, criam regularmente cânions de menor escala, onde os estados antes, durante e final são claramente vistos. Em 2002, uma inundação no Texas esculpiu a Garganta do Lago Canyon. Os cientistas registraram uma riqueza de dados sobre o volume de água que flui sobre a barragem, o terreno ao redor (antes e depois da enchente) e quantos detritos a enchente carregou. Analisando esses dados, eles testaram vários modelos dos processos de escavação de desfiladeiros (cânions). [1]

Alguns dos resultados interessantes que eles encontraram incluíram o seguinte.

  • A morfologia do cânion depende fortemente do tipo de rocha.
  • A erosão e o entalhe ocorreram mais rapidamente em rochas mais moles ou fraturadas do que em rochas duras e sólidas.
  • Arrancamento (onde grandes blocos são fraturados e levados pela água) foi o principal mecanismo para esculpir o cânion no calcário rochoso.
  • A capacidade da água de transportar os grandes detritos acabou limitando a rapidez com que o cânion cresceu. 

Durante a pesquisa pós-inundação, a equipe encontrou muitas características superficiais no cânion (canais internos, knickpoints* e terraços). Tradicionalmente, tais características são frequentemente usadas para inferir uma formação lenta ao longo do tempo geológico. Assim, a descoberta da equipe de pesquisa indica que esses tipos de feições não são bons indicadores das escalas de tempo envolvidas na formação do cânion. No entanto, os pesquisadores descobriram que seus modelos, que utilizaram transporte de sedimentos e estimativas de tensão de reconstruções hidráulicas, previram as escalas de tempo dentro de uma ordem de magnitude. Isso indica que tal modelagem poderia distinguir facilmente entre um modelo de Terra jovem e um modelo de Terra antiga para a escultura de uma formação como o Grand Canyon, porque as escalas de tempo dos dois modelos diferem em muitas ordens de magnitude.

Esta nova ferramenta oferece a oportunidade de analisar características geológicas que pareciam se formar em megainundações antigas, não apenas na Terra, mas também em Marte. RTB espera que essas análises futuras continuem a afirmar a posição da Terra antiga de que numerosos processos operando em escalas de tempo diferentes formaram a geologia observada na Terra e em Marte nos últimos 4,5 bilhões de anos.

Notas de fim

  1. Michael P. Lamb e Mark A. Fonstad, “Rapid Formation of a Modern Bedrock Canyon by a Single Flood Event”, Nature Geoscience, publicado online: 20 de junho de 2010, https://dx.doi.org/10.1038/ngeo894.


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Traduzido de Testing Flood Geology

knickpoint é um termo em geomorfologia usado para descrever a localização de um rio ou canal onde há uma mudança acentuada na inclinação do canal, como uma cachoeira ou lago. (Educalingo, 2023)



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