Por que o universo é do jeito que é?


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Observação: Este texto foi publicado por Ross 4 anos antes do lançamento de seu livro que tem o mesmo título deste artigo, em inglês, Why the Universe Is the Way It Is. Assim, este artigo serve como prévia do conteúdo da publicação que está disponível também como e-book na Amazon, por exemplo.

por Hugh Ross
1º de janeiro de 2006

No livro de ciência mais vendido de todos os tempos, o autor Stephen Hawking explica que nenhum ser humano fica satisfeito até ter respostas completas às seguintes perguntas: “Qual é a natureza do universo? Qual é o nosso lugar nele, de onde ele veio e de onde nós viemos? Por que ele é assim?”

De uma perspectiva naturalista, a dor, a morte, a decadência e o mal que os humanos e todas as vidas experimentam não têm nenhum propósito real. Eles são simplesmente a consequência de um conjunto aleatório de coincidências cósmicas que permitem a existência de vida.

Em inúmeras publicações e palestras, os naturalistas afirmam que a explicação cristã para a origem, estrutura e história do universo – um modelo bíblico de criação – não pode estar correta. Pois um Deus tão poderoso, atencioso e inteligente como os cristãos afirmam teria feito um trabalho de criação muito melhor. “Seu Deus tem outras opções”, reclamam. “Ele poderia ter construído um universo melhor, sem essas coisas.”

Os Propósitos de Deus na Criação

A primeira falácia que vejo nesta reclamação reside na sua suposição de que o único propósito de Deus ao criar o universo seria (ou deveria) ter sido proporcionar um ambiente perfeitamente confortável para a vida, e especialmente para a vida humana. Uma segunda falácia reside na suposição de que Deus pretendia que esta criação fosse o único lar permanente para a humanidade, isto é, o paraíso ou a utopia.

De uma perspectiva cristã, Deus poderia ter inúmeras razões para criar o universo, a Terra e a vida da maneira que Ele fez. A Bíblia declara uma razão (número 1 abaixo) e infere pelo menos seis outras:

  1. manifestar e declarar os atributos de Deus, especificamente Sua glória, poder, justiça, sabedoria, envolvimento e amor.
  2. fornecer um habitat adequado para uma variedade de formas de vida física e para os seres humanos em particular.
  3. fornecer o contexto físico e histórico para que Deus Filho assuma a forma humana e realize a reconciliação do homem com Deus.
  4. fornecer os recursos necessários para que a raça humana desenvolva rapidamente a civilização e a tecnologia e alcance a ocupação global.
  5. fornecer à humanidade a melhor plataforma de visualização possível para descobrir – e até medir – expressões da glória, do poder, da sabedoria e do amor de Deus.
  6. fornecer um teatro para a conquista rápida (em termos astronômicos) e eficiente do mal; e
  7. proporcionar aos seres humanos a preparação e o treino de que necessitarão para cumprir o seu propósito e desfrutar plenamente da sua recompensa na nova criação.

Embora estes temas ofereçam alguma visão sobre os propósitos de Deus na criação – especialmente que Cristo realizaria a redenção – um modelo bíblico completo de criação é inatingível, e ninguém deveria ficar surpreso que algumas características intrigantes permaneçam explicadas de forma incompleta.

O ponto chave, porém, é que todos deveriam ficar totalmente surpresos com o fato de Deus poder criar um universo único que pode realizar tanto – e com tanta eficácia e eficiência. Os céticos que afirmam que poderiam fazer melhor fariam bem em ponderar o que é necessário para projetar um universo que possa cumprir simultaneamente mesmo somente alguns dos propósitos mencionados acima. Às vezes, eu os desafio a tentar.

Segunda Criação

Uma característica crítica dos relatos bíblicos da criação em comparação com outros cenários da criação é a promessa de uma nova criação que algum dia substituirá a criação atual. Esta nova criação vai além do paraíso restaurado. É uma criação radical e gloriosamente diferente, governada por leis diferentes e composta por dimensões diferentes. [2]

De acordo com Romanos e Apocalipse, o universo em que residimos atualmente aguarda a libertação das suas limitações atuais, incluindo a presença do pecado e as suas consequências. [3] Quando o plano de Deus – por meio de Cristo – para redimir o número total de humanos caídos tiver sido cumprido, este universo terá cumprido os seus propósitos. Nesse momento, Deus removerá este universo da existência e nos apresentará uma criação muito superior. Dito de outra forma, a criação atual é a criação perfeita para Deus cumprir Seu plano redentor e vencer o mal no processo. A nova criação que se seguirá é a criação perfeita na qual Deus pode derramar o Seu amor sobre aqueles humanos que aceitaram, pela Sua graça, a oferta de redenção do pecado.

A promessa de uma nova criação para substituir a criação atual implica que Deus tem propósitos para a humanidade além dos listados acima. Assim, embora os seres humanos estejam equipados para valorizar e desfrutar a presente criação, na nova criação necessitarão de novas e muito maiores capacidades de amor e deleite. [4] Em 1 Coríntios 2:9 (ARC), o apóstolo Paulo nos lembra que “(...) está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam”.

Notas de Fim

  1. Stephen W. Hawking, Uma Breve História do Tempo (Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015), 171. {o número de página se refere à edição em inglês}
  2. Hugh Ross, Beyond the Cosmos, 2ª ed. (Colorado Springs, CO: NavPress, 1999), 217-28.
  3. Romanos 8:18-23; Apocalipse 20:7-21:8, Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional.
  4. Para um estudo mais aprofundado sobre a nova criação, veja Ross, Beyond the Cosmos, 217-28.


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