Romanos 5 e a morte anterior a Adão

Imagem gerada por IA (acervo de Easy-Peasy, CC BY 4.0)

Por Hugh Ross

em 21 de agosto de 2024

Pergunta: Por que você nega as declarações claras da Bíblia em Romanos 5 de que a morte não existiu antes de Adão?

Resposta: Observe que Romanos 5:12-19 aborda apenas a morte de humanos. Em nenhum lugar se refere à morte de micróbios, plantas e animais não humanos. Somente os humanos, entre os seres vivos da Terra, podem pecar. Romanos 5:12 afirma que a morte que Adão introduziu foi “morte pelo pecado” e que esta morte veio sobre “toda a humanidade”. Paulo não diz “morte para toda as formas de vida”. Paulo faz as mesmas qualificações sobre a morte introduzida por Adão em 1 Coríntios 15:20-22. Portanto, não há base bíblica para a afirmação de que nenhuma forma de vida na Terra morreu até que Adão pecasse. O pecado de Adão provocou a morte humana pela primeira vez.

A evidência bíblica de que pelo menos alguma forma de morte preexistia ao pecado de Adão é o fato de que Adão e Eva, e provavelmente todos os animais do Éden, comiam antes de Adão pecar. Quando humanos e animais comem, as plantas — pelo menos partes das plantas — e alguns micróbios morrem.

Deus, sendo soberano [1], sabia de antemão que os humanos pecariam. Consequentemente, ele projetou o universo tendo em mente o advento do pecado. Como explico em Why the Universe Is the Way It Is (Por que o universo é do jeito que é), esse projeto explica por que o universo é governado pela gravidade, pela termodinâmica, pelo eletromagnetismo e pelas forças nucleares forte e fraca. São estas forças e leis físicas que implicam um universo onde a decadência [2] e a morte física, independentes das intervenções milagrosas de Deus, são inevitáveis. Como Jesus declarou em João 16:33 (NAA): “(...) No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo”.

Quando Adão e Eva pecaram, Deus os expulsou do Jardim do Éden e bloqueou seu acesso à árvore da vida. Deus não queria que os humanos estivessem permanentemente vivos fisicamente e permanentemente mortos espiritualmente. O plano de Deus o tempo todo era restringir a expressão do mal humano por meio da morte física dos humanos e libertar os humanos voluntários da morte espiritual por meio da morte de seu Filho, Jesus Cristo, o Criador de todas as coisas.

Notas da Tradução

1. Harmoniza-se melhor com o contexto a característica da “onisciência” de Deus; entretanto, por não se desejar alterar o texto sem autorização de Ross, optou-se pela tradução direta do termo sovereign a partir do inglês.
2. Decadência aqui (decay, em inglês) não é decadência moral, mas sim decadência/decaimento da matéria, das coisas físicas.

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Traduzido de uma postagem de Hugh Ross em seu perfil no Facebook

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